A cruz de Cristo foi única no sentido em que representou uma escolha. No tempo de Jesus, houve muitas outras cruzes e crucificados, mas nenhuma pode ser comparada com a cruz de nosso Senhor em virtude daquilo que ela representou.
A cruz de Cristo começa a ser carregada no episódio da tentação. Ali, o diabo propõe um caminho para Jesus ser o Messias. Se ele aceitasse a oferta do inimigo, rapidamente teria uma enorme multidão de admiradores fascinados com seu poder sobre anjos e seu governo mundial.
Porém, o caminho de Deus não era este. O reino de Deus é diferente. É um reino que vem como uma pequena semente e leva tempo para crescer. Não é imposto. Não se estabelece pela força, mas pela transformação do coração e da mente.
A cruz de Jesus não significou sofrimento apenas no final do seu ministério público. Ela representou uma escolha que o acompanhou por toda a vida e culminou com a paixão e morte. Escolha esta, que o levou a andar, dia após dia, em contínua renúncia e obediência ao Pai. Ele afirmou que sua comida e bebida era fazer a vontade do Pai. Nas vésperas de sua prisão, afirmou numa oração que não era a sua própria vontade que ele buscava, mas a vontade do Pai. Esta escolha deu significado à cruz de Cristo.
Quando nos chama para segui-lo, Jesus afirma que se não tomarmos nossa cruz, não será possível ser seu discípulo. A razão para isto é óbvia. Se o caminho dele é o caminho do servo obediente, o nosso não poderá ser diferente. Por isto, precisamos tomar a cruz que representa nossa escolha. A mesma escolha dele: uma escolha pela renúncia e obediência.
O apóstolo Paulo entende o chamado de Jesus para tomar a cruz e segui-lo quando afirma: “Eu estou crucificado para o mundo e o mundo está crucificado para mim.” No caminho do mundo é importante ser o maior. No caminho de Jesus, o maior é o menor e servo de todos. Podemos achar que o caminho de Cristo é muito difícil. Que amar os inimigos; orar pelos caluniadores; ser manso num mundo competitivo; humilde numa sociedade ambiciosa; oferecer a outra face quando agredidos; perdoar... não é só difícil. É impossível!
A opção está diante de nós todos os dias. Todos os dias somos levados ao monte da tentação. Todos os dias o diabo oferece seu caminho, e Deus, por sua palavra, revela o Seu. Todos os dias temos que fazer nossas escolhas. Tomar a cruz é aceitar o caminho de Cristo.
por Ricardo Barbosa de Sousa
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